O que é Web3? Propriedade, carteiras e aplicativos descentralizados
Web3: A lógica central da próxima geração da Internet — De “uso” para “posse”
A Web3 é frequentemente vista como “a próxima forma evolutiva da Internet”, cujo núcleo é permitir que os usuários controlem verdadeiramente seus direitos na rede. Construída com tecnologia blockchain, é governada coletivamente por usuários globais, quebrando o controle centralizado das grandes empresas de tecnologia sobre a Internet. Para entender a Web3, podemos primeiro observar as três fases de desenvolvimento da Internet e captar a essência de sua transformação.
1. As três iterações da Internet: de “somente leitura” para “posse”
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Web1 (Internet primitivo): fase embrionária da Internet, dominada por páginas web estáticas. Os usuários podiam apenas navegar passivamente pelas informações, com quase nenhuma interação ou espaço para criação de conteúdo, equivalente a uma rede “somente para olhar, não para mexer”.
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Web2 (Internet mainstream atual): entra na era interativa “legível e gravável”, com redes sociais e plataformas de conteúdo no centro. Os usuários podem criar conteúdo e participar de interações sociais, mas os dados das plataformas e os ativos dos usuários são sempre controlados por gigantes como Google e Facebook, com o poder de decisão concentrado em poucas empresas.
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Web3 (Internet de próxima geração): realiza uma atualização completa “legível, gravável e possuível”. Os usuários não apenas interagem e criam, mas possuem verdadeiramente ativos digitais e dados na rede. As plataformas Web3 adotam uma arquitetura descentralizada, gerenciada coletivamente pela comunidade de usuários, não mais sob controle absoluto de uma única instituição.
2. Esclarecimento de quatro equívocos comuns sobre a Web3
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Equívoco 1: A Web3 é completamente anônima. Na verdade, é pseudônima — os usuários são identificados por endereços blockchain, sem necessidade de nome real, mas todos os registros de transações são públicos e permanentemente rastreáveis; o comportamento on-chain pode ser rastreado e associado.
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Equívoco 2: Projetos Web3 são inerentemente descentralizados. Muitos projetos inicialmente apresentam características centralizadas e adotam “descentralização progressiva” para ceder gradualmente o poder. Para julgar, é necessário focar nos direitos principais: quem controla as chaves, direitos de atualização, controle do frontend e direitos de governança.
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Equívoco 3: Não há diferença entre carteira e conta de exchange. A diferença chave está no “controle”: carteiras self-custody são controladas por você com chaves privadas e ativos; contas de exchange são geralmente custodiais, com ativos guardados pela plataforma; embora convenientes, é necessário equilibrar o controle.
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Equívoco 4: Conectar a carteira é completamente sem risco. Ao conectar uma DApp, ela solicita permissões de acesso; assine apenas operações que você entende, verifique e revogue regularmente autorizações desnecessárias para evitar riscos aos ativos.
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3. O núcleo da posse na Web3: a carteira não é apenas um “cofrinho”
A principal vantagem da Web3 está em permitir que os usuários possuam verdadeiramente ativos digitais por meio de carteiras criptográficas. O papel da carteira vai muito além de armazenar criptomoedas; é mais como um “documento de identidade digital” para entrar no mundo Web3:
Guarda suas criptomoedas, coleções NFT, itens de jogos, etc., e serve como credencial para acessar aplicativos Web3. No ecossistema Web3, não são necessários nome de usuário e senha tradicionais; basta conectar a carteira para provar a identidade por meio do “controle do endereço” e acessar diretamente vários aplicativos.
A chave privada é controlada exclusivamente por você, o que significa que apenas você pode operar os ativos na carteira — isso é essencialmente diferente da Web2: na Web2, a plataforma pode bloquear ou excluir arbitrariamente sua conta e seus dados; na Web3, desde que você guarde corretamente a chave privada, seus ativos digitais e identidade estão para sempre sob seu controle.
4. Cinco carteiras Web3 mainstream: adequadas a diferentes cenários de uso
Não existe uma “melhor carteira” universal; depende da blockchain usada, do tipo de dispositivo e da preferência por mobile ou navegador. Aqui estão cinco carteiras universais comumente usadas:
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MetaMask: suporta extensão de navegador e app mobile, compatível com cadeias EVM (Ethereum, Polygon, Arbitrum, etc.), compatível com a maioria das DApps. No início de 2024, os usuários ativos mensais ultrapassaram 30 milhões, com novas funções de lembrete de segurança padrão para maior segurança.
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Trust Wallet: focada em experiência mobile multi-cadeia simples, também suporta extensão de navegador, compatível com mais de 100 blockchains, escolha universal para iniciantes. No entanto, os dados sobre escala de usuários e suporte multi-cadeia promovidos devem ser verificados com cuidado por meio de fontes terceiras.
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Phantom: originalmente projetada para a cadeia Solana, oferece funções de troca rápida e gerenciamento de NFT, agora suporta múltiplas cadeias (incluindo Ethereum, Bitcoin, etc.). De acordo com o relatório anual oficial de 2024, cerca de 10 milhões de usuários ativos mensais, altíssima compatibilidade para usuários do ecossistema Solana.
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Coinbase Wallet: self-custody, integração perfeita com o ecossistema Coinbase, excelente suporte a NFT para cadeias como Ethereum, Base, Optimism, Polygon, Solana. Configuração e importação simples e amigáveis, ideal para usuários do ecossistema Coinbase.
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Gate Wallet: compatibilidade multi-cadeia, centro DApp integrado, área de airdrop e página de missões, projetada para exploração on-chain. Se você já usa serviços do ecossistema Gate, como a exchange, esta carteira é a escolha ideal para conectar o ecossistema.
Dica: independentemente da carteira escolhida, é essencial dominar o backup e a recuperação da frase-semente e verificar regularmente as permissões de acesso DApp. Recomenda-se usar carteiras diferentes para cenários diferentes — por exemplo, uma para testar novas funções, outra dedicada a grandes quantias de ativos, reduzindo riscos.
Tomando a popular MetaMask como exemplo, ao visitar um site Web3 (como jogos descentralizados ou mercados NFT), o site solicitará a conexão da carteira; bastam alguns passos para confirmar o login, sem fornecer nome, número de telefone ou outras informações pessoais; o endereço da carteira é o único identificador. Apenas a MetaMask tem mais de 30 milhões de usuários ativos mensais, provando que o modelo “login com carteira” se tornou o principal método de acesso à Web3.
5. O principal vetor da Web3: aplicações descentralizadas (dApps)
O valor da Web3 se concretiza por meio de aplicações descentralizadas (dApps). Essas aplicações não dependem de servidores centralizados tradicionais, mas são construídas em redes blockchain, com lógica principal e dados armazenados na blockchain, gerenciados por “smart contracts” (programas autoexecutáveis).
Isso significa que nenhuma empresa única pode controlar as permissões finais de uma dApp; o funcionamento do app é mantido por regras de código e pela comunidade. Na superfície, a interface das dApps é semelhante à de apps normais, mas o backend interage com smart contracts na blockchain, garantindo transparência e rastreabilidade.
Os cenários de uso das dApps já estão consolidados:
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Finanças descentralizadas (DeFi): empréstimos e troca de tokens diretamente por smart contracts sem intermediários bancários;
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Jogos blockchain: itens de jogo são ativos digitais na blockchain, livremente negociáveis e possuídos permanentemente, não excluíveis arbitrariamente pela plataforma;
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Social descentralizado: perfis e conteúdos armazenados em redes distribuídas, controle de dados nas mãos do usuário.
Exemplos típicos incluem: Uniswap (troca de tokens diretamente por smart contracts sem exchange centralizado), OpenSea (a maior dApp de negociação de NFT do mundo, os usuários podem livremente comprar e vender colecionáveis digitais). O destaque é que as dApps transformam os usuários de “utilizadores da plataforma” em “proprietários de direitos” — não apenas controlam ativos, mas também podem obter direitos de governança e dividendos de valor por meio de tokens da plataforma.
6. Situação atual e visão da Web3
É necessário esclarecer que a Web3 ainda está em fase inicial de desenvolvimento; nem todos os projetos rotulados como “Web3” alcançam descentralização completa e há muitas áreas a serem aprimoradas. No entanto, sua visão central nunca mudou: criar uma Internet com “posse” no centro.
Por meio da tecnologia blockchain, a Web3 criou ativos digitais escassos (criptomoedas, NFTs, etc.) e, por mecanismos descentralizados, garante que nenhuma entidade possa arbitrariamente privar ou censurar seus ativos e dados. Em essência, a Web3 “empodera os usuários” — permite que você controle diretamente dados e ativos, proteja a privacidade e compartilhe lucros do crescimento da plataforma, em vez de ser apenas um “produto de tráfego” para grandes empresas de tecnologia.
Compreendendo a lógica de posse da Web3, o funcionamento das carteiras e o mecanismo central das dApps, você já captou a direção chave da transformação da Internet. A seguir, exploraremos o “metaverso” intimamente ligado à Web3 — veremos como esses conceitos descentralizados se concretizam ainda mais no mundo virtual e nas experiências imersivas.